Previ o sustenido da tua respiração
No pleno acto da consumação
A apoteose triunfal das palavras mudas
No concreto saber da lassidão
Eu vi nos traços amargos do teu rosto
Uma cascata que chorava entre as rochas
Eu vi nas tuas mãos a angústia da fantasia
Nas entrelinhas da música que eu fazia
Mas não cantaste a vida no sopro
Cantaste sim, em trémulo desgosto
A expressão tímida da paixão
E da razão que conduziu cega a perdição…
Se contrariasse talvez de pó me construíam
Se me tentasse talvez de loucura me pregariam
Se me entregasse…
Nem na morte me destruiriam
(e assim é, por certo)