terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O Monstro

E é sempre atento no terror em que habita
Que o monstro cravado de lírios, em fraqueza cadente,
É livre e circunda teus pés
Ao passo lento que te abisma.
E persiste, longinquo, na escalada de breu
Que prenuncia o teu hábito de monge ébrio.
Mas o que espera,
Sabe-lo-à mais uma batalha perdida
Que é o caminho que encerra
A ilusão que te amordaça as amarras,
É a fadiga perene da nossa conjuntura
que persiste- sempre a persistência-
do nada que se apodera
de ti e de mim,
numa dança soberba, que implora
eternidade.

Mas dançaremos, até que caiam todas as vestes
e desnudos de olhares perversos
gritaremos a quem nos rodeia
a todas as ledas bocas endurecidas
que a loucura, será sempre,
o maior elogio da felicidade, que cai
entre o espaço abismal, na esfera traqnuila
do que é não amar.

Não Te amar! Nunca...
disto será feito o nosso ópio,
apenas a paixão nos envolverá
num céu amargo e lúcido
que atormenta a inveja
dos troncos ocos e cegos,
dos hábitos crassos e dos livros velhos
que esperam o Poeta que foste
e que nunca voltarás a ser.

(Conquanto, ainda escuto as folhas secas quebrarem-se ao vendaval dos teus passos)