sexta-feira, 18 de março de 2016

Inexistência

Seus olhos choram cortinas cinzentas
Que escorrem nas lágrimas do rio turvo.

Nosso rio embarca pelo vento da solidão
Enquanto o timbre do seu equilíbrio
Desvanece pelas alucinações oníricas.
A lua vira costas aos cantares solenes
Bradando aos velhos incandescentes.
Segue nua, enquanto remenda os passos erróneos
Que se esquece de lembrar, mas que ousa interpelar.
Ela suspira sob a chuva,
Enquanto a gravilha entorpece seu inconsciente
Gravando, na sua alma velada,
Memórias embriagadas de um tempo que nunca existiu.