Para as palavras vãs do meu sossego.
Invado as preces de uma paz difusa,
Que encontra o entardecer em anseio.
Soletro o teu nome
E procuro embeber-me das tuas sílabas
Enquanto me esqueço das ruas
Pelas quais deambulo.
Estremeço ao som pesado das folhas secas,
Foto de Eduardo Mancini da Silvaas folhas secas |
Quando se abraçam com a pólvora
Que dança por entre a poeira da calçada...
Pois estou só
E só continuarei.
Enquanto surda permanecer
Aos gritos lúcidos da minha sensatez.
Sento-me entre os degraus das divagações obtusas,
Inquietantemente confusa,
Enquanto espero que os rios, agora negros,
Desaguem certos em meus pensamentos.
Desespero pela minha solidão.
Estou só, mas não sei fazê-lo.
Construo, a cada dia,
Mais um quarto vazio
Para que possa encontrar a solidão
E aprender a sábia paz dos seus recantos.