segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

"Bittersweet"

http://wskg.typepad.com/.a/6a00d834bff11969e2010534cb55d2970b-800wi
(Edvard Munch - Love and Pain aka Vampire)

A chuva nasce no silêncio novato das tuas palavras
Lágrimas de um pensar confuso idolatram a sua ventura
O encontro trémulo de uma magnitude inabalável
Indubitável ser o prazer que te sustém
Que me mantém… a força do querer
Marasmo de um corpo que detém… Poder!
Não… insaciável, pouco necessário
Querer! É o que desespero… de um som e de um gesto
Da musicalidade de teus graves com a dança de seus passos.
A nota da melancolia afaga o vulto perene
E o âmago do teu suspiro entranha-me a esquálida essência
Prevenindo a existência… que aparência! Morra…!
Possui-me até á demência, - que eloquência! - Ama-me na contradição
Até ao exílio da resistência.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

(Memórias Teia Sagaz)

Ao embebido raiar da aurora
a Harmonia procurou a brisa
no seu calmo suspiro que acorda sua alma
num fortúnio impreciso que percorre
toda a margem de seu espirito.
Contemplou tal singular e viril fisionomia
-que engana a perfeição em traços
tão nobres e concretos-
mantendo um silêncio audacioso
enquanto divagou pelo seu trilho
de prazer adormecido.
A fatalidade de criar um sorriso
recaiu sobre uma apoplexia quase explosiva
que fez esvair num olhar terno
toda a leveza encarcerada
nessa essência feminina.
Ele profetizou a palavra esquiva
que Harmonia escondia no tumulto
criticando um acordar tão preguiçoso
de uma flor que se diz tão fria.
E assim foi reencarnando o dia,
desvendando inerentes blasfémias
e olhares, então, mudos.
À Harmonia, roubou-lhe a máscara
e guardou-a para além-vida
e quanto a esta...
pois já não reaverá tal triste engano.
Enfim descobriu
que a mágoa já não pesa...
A culpa? não existe.
Agora amar?... (Ah!)... a isso já não resiste.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Teia Sagaz

(são brancas madrugadas e menos um silêncio)

Pinto na voz monossilábica de um ritual profano
A mais bela flor de lótus, o mais prazeroso aroma a jasmim,
A maior cascata de verdes inebriantes
Que exala todo o teu corpo
Em bebedeiras pendentes
De uma sinfonia inacabada - eminente.
No entanto, prendo o movimento
E rondo o Rubro constrangimento
De uma rosa deflorada, frágil, extasiada.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Rubro

Encanto-me no sono que adorna a tua pálpebra num sustenido indefinido de um Sol ou de um mi(m) enternecido.
Na magia de um respirar calmo e uníssono, de um sonho leve que se deleita sob a última visão de meu rosto...
Poder ser um todo e contemplar-te, sim, adornar-te de todo o pouco bálsamo que exalo na existência.
Sim... envolver teu vil e inebriante tronco desnudo com meus dois exangues fios de prumo numa sintonia que desfalece de tanta inspiração e dormência indissolúvel....
De um toque exaurido, completamente entregue.O meu toque... suave e louco sobre alma indomável do Meu felino. Louco! Não será... ou talvez me engane.
Idealizo sabendo nao cruzar-me com o desgosto. Não, é possivel. E nesta alma que não acredita começa a entender um néon, um branco preenchido e talvez um sonho, uma voz, o real 'Acredito'.. 



Hoje será só Harmonia.

ist der Schock vor - excerto de "um conto sem sentido"


(…) É o eminente ensaio que proclamo á cegueira…
Se é! – e os meus suspiros pairam redundantes, exclamando, negando, contemplando, divagando. Suspiros. – e insisto nesta artimanha de conceitos, palavras que já nem elas podem ver, escutar… não podem.
Pudera eu fazer de bom entendimento com que assim o visse a quimera constituinte de todas as suas partículas. É ele… pois bem visto está, não existe.
Bem querida é esta incompreensão, esmorece em constância qualquer prazeroso momento, pois que libertação em mim é nula. Um vulto! Com mil anos de medo e perfil carrancudo…
Não se pode sentir tudo até ao último suspiro, até á última gota de um bálsamo harmonioso, pois não posso. Porque não posso. – We've got nowhere to go, we've got nothing to prove
Instead of dancing alone, I should be dancing with you This song is turning me on, the beat is doing me in Or maybe it's only you, but either way, let’s begin.-
Pois, enlouqueço a cada Segundo. E é a adrenalina do segundo que na seguinte fracção encontra a súbita morte. E é assim que morro, louca demais para sentir… morro.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Felicidade Absorta

Lúgubre reflectir em matéria inexistente
Prende em silêncios a vida que se sente
Anuncia o prelúdio do termo
Morte. que se ergue desde as origens
Fiel, acompanha a quimera
Vivendo o que não pode viver
Aquando a morte é vida
Mas que em si, pois vida é imaginarium
Se mantém essência afirmando felicidade



Neste palco o protagonista é o simples e mais verdadeiro veredicto: nada.

Indolência

A inércia procura o vácuo onde se afunda no nada
pretende um todo que se desvanece em todos os sentidos
é um movimento retumbante que aflige o pensamento
que prende o preenchimento, que mata o sentimento
quem, sem qualquer fundamento, ressoa entretenimento
...tempo que entretém... o entretenimento do tempo
-as horas morrem no vago que se apropria da inércia.