segunda-feira, 10 de outubro de 2016

"Eu guardo as flores mortas na sala, faço sala para o tempo"

Aguardo. Penso. Oscilo. Caio.

Prendo no peito a saudade
Guardando, pesada, o segredo.
Espalho as lágrimas pela casa...
O vento espanca as janelas da sala
E as flores mortas beijam as frestas do tempo.
O odor esquálido das petálas
Fixa-se no azul do firmamento, que eu adorno
De longe.

Estou aqui, mas a casa está vazia.
A porta mantém-se aberto.
O corpo cheio de nada,
Cambaleia pelas horas infinitas.

A Paz morreu, mas ninguém percebeu.
O Tumulto reergueu-se, efervescente por entre o breu.
Mas a Luz continua a iluminar as flores mortas na sala.

Aguardo, mas sem pensar. Ainda oscilo, mas não caio.


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