segunda-feira, 10 de outubro de 2016

No Escuro

Os silêncios dançavam confusos
Por entre as luzes ofuscantes de noite anunciada felina.
Os olhos pairavam livres por entre os corpos sibilantes,
Por entre os negros inebriantes,
Por entre as falácias concomitantes.
No escuro, uma luz leve e suave, porém obscena de energia,
Iluminava incandescente a sordidez da alegria

E a harmonia, tão triste, fantasia...

O sublime devaneio surge no porto da despedida
Sorrindo, demasiado perdida.
Mas enfrenta o fracasso da postura digna,
Esquecida no passado inerte da sua vida.
No escuro, as cores ensaiam a morte dos peregrinos
E perseguem mordazes o equilíbrio onírico,
Que se esquivava, de todas as palavras.

Nesta noite, entrego-te a Lua,
Para que recordes suavemente que o escuro nem sempre nos entristece
Mas que as palavras são vãs, nos lábios dos que não vivem.
Mas repara que a Lua te ilumina as vestes que terás de abandonar ao partit.
Perdoa Lua, os que seguem o caminho que vos engana.


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